terça-feira, 3 de agosto de 2010

- enfim, poeta (?)




Um belo dia em meu horário de almoço, em um passeio daqueles feitos exclusivamente para desgastar o que havia acabado de consumir achei uma livrariazinha escondida em uma galeria pelo caminho. E embora seja fascinada por livros acabei subestimando a aparência do lugar, decidindo que nada lá me despertaria interesse. Não entrei, mas meus olhos deram uma rápida visualizada do interior da lojinha e eis que me deparo com uma banca lotada de livros com um papel anexado: "Qualquer livro a R$2". Se já não bastasse eu amar livros também adoro uma pechincha (como toda boa mulher) e logo fui ver do que se tratava. Resultado: comprei três livros e gastei apenas R$6! Meu prazer literário e consumista juntinhos!
Infelizmente não tive a oportunidade de lê-los tão cedo, já que a faculdade e o trabalho me consomem! Até que as férias vieram e peguei um deles para me entreter. E por mais sábias que sejam as palavras de Clarice, Vinicius e tanto outros, foi nesse livro de um autor desconhecido, de uma editora pequena e por preço de banana que encontrei a frase (em negrito) que define minha relação com a escrita:

"A poesia, em particular, era uma referência obrigatória. Conhecia-se os poetas, aprendia-se a amar a poesia e, através dela, os valores humanos e morais de nosso povo. Quem tinha sensibilidade acabava também se sentindo poeta."
(Paulo Martins - Glória partida ao meio)

E é isso que eu tinha até então, sensibilidade e ponto. Mas depois dessa frase "tão eu" fui permitida a me sentir (um tanto) poeta.

2 comentários:

  1. Lindas palavras.
    Florbela Espanca também dá uma definição do ser poeta que eu adoro.

    Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
    Do que os homens! Morder como quem beija!
    É ser mendigo e dar como quem seja
    Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

    É ter de mil desejos o esplendor
    E não saber sequer que se deseja!
    É ter cá dentro um astro que flameja,
    É ter garras e asas de condor!

    É ter fome, é ter sede de Infinito!
    Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
    É condensar o mundo num só grito!

    E é amar-te, assim perdidamente...
    É seres alma, e sangue, e vida em mim
    E dizê-lo cantando a toda a gente!

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